sábado, 1 de outubro de 2011

Olympia 2011: Review da categoria Bikini

OBSERVAÇÃO
Todas as abordagens serão feitas sob a ótica da arbitragem. Sabemos que questões políticas e culturais influenciam na avaliação das atletas, por motivos óbvios isso também será levado em conta, no entanto, tentarei nesta análise me ater, sempre que possível, aos aspectos técnicos da competição, comparando as brasileiras com as atletas classificadas em primeiro lugar de cada categoria.

Categoria Bikini
Arrisco dizer que essa era a única categoria com chances reais de vitória brasileira. A nossa Nathália Melo foi vice-campeã da categoria no ano passado e este ano tinha como principal desafio evitar subir ao palco com um físico não muito definido, o que é indesejável para a categoria. Importante enfatizar que padrão internacional do IFBB para o Bikini é diferente daquele visto nas competições nacionais. No Brasil os membros inferiores avantajados são vistos como esteticamente aprazíveis, mas o padrão internacional da categoria é: magra, seios fartos (porém proporcionais), braços e pernas levemente definidos, baixo percentual de gordura sem vascularização ou definição excessiva. No bom português, imaginem uma miss que treina musculação e leva alimentação a sério, é isso. A beleza conta pontos, assim como a presença de palco, carisma, charme, etc.




Uma análise criteriosa do round de comparações entre as atletas nos mostra algumas diferenças sensíveis que podem ter tirado da brasileira o título inédito. Observando lado a lado as duas primeiras colocadas, percebemos um físico muito parecido, igualmente proporcional. Nathalia exagerou um pouco nos acessórios, que, apesar de serem permitidos, pode ter contado negativamente. Estamos falando de uma das maiores competições do mundo, cada detalhe conta, e a pulseira no braço direito da Nathalia me pareceu um pouco grande demais. É possível perceber também que o abdome da Nathlia é muito bem trabalhado, porém a americana Nicole Nagrani tem a cintura mais bem marcada. Em algumas fotos essa diferença não pode ser percebida, mas é difícil saber em que momento os árbitros fixaram o olhar em cada uma delas durante as comparações. 
As duas atletas são inquestionavelmente belas, porém como o quesito beleza física (facial) conta muitos pontos, Nathalia poderia ter disfarçado um pouco a testa usando uma franja perfilada bem discreta, o que suavizaria seus traços do rosto. Uma pena que a auto-confiança e a presença de palco da Nathalia não tenham sido suficientes para o título. Ela caminhou com muita segurança e posou divinamente bem. Apesar de ter seguido o protocolo, a americana me pareceu mais retraída.
Não gostaria de estar no lugar dos juízes para tomar uma decisão nesta categoria. As diferenças são muito sutis e não tenham dúvida que pesa a decisão de ter uma americana e uma brasileira na disputa do título. Confira todas as comparações clicando AQUI.